O carrasco estava no camarote do Stade de France, mas sua camisa "jogou" em mais uma vitória da França sobre o Brasil nesta quarta-feira: com o número de 10 de Zidane nas costas, Benzema brilhou e garantiu o 1 a 0 para os franceses, que não perdem para os brasileiros desde 26 de agosto de 1992 (2 a 0). O atacante do Real Madrid ainda foi alvo de uma entrada violenta de Hernanes, que acertou o peito do rival e foi expulso aos 38 do primeiro tempo.
Esta foi a segunda derrota seguida do time treinado por Mano Menezes. Em 2010, a Seleção fechou o ano com fracasso contra a Argentina (1 a 0, em novembro). Antes, a equipe havia vencido Ucrânia, Irã e Estados Unidos. Nos dois confrontos contra rivais tradicionais, o Brasil de Mano não conseguiu a vitória.
O próximo amistoso marcado para a Seleção, que não disputará as eliminatórias para a Copa de 2014, é contra a Holanda, dia 4 de junho, provavelmente no Brasil. Em 3 de julho, a equipe estreia na Copa América contra a Venezuela, na Argentina. Desde 1992, a Seleção enfrentou a França seis vezes: dois empates e quatro derrotas. No total, cada um tem cinco vitórias na história do confronto (quatro empates).
Assim como o Brasil, a França de Laurent Blanc entrou em campo de uniforme novo no Stade de France. Campeão do mundo em 1998, o treinador chegou a cinco vitórias seguidas no comando dos Bleus. Se a camisa era nova, havia algo diferente: Benzema. Criticado no Real Madrid, que contratou até Adebayor para tentar solucionar o problema no ataque, ele foi o principal nome do amistoso. Aos 38 minutos, o camisa 10 fez uma linda jogada, deu um chapéu em Lucas e, quando se preparava para repetir o drible em Hernanes, levou um chute no peito, que valeu a expulsão do meia do Lazio. No segundo tempo, Benzema ainda fez o gol da vitória francesa e criou várias chances - algumas delas salvas por Julio César, que voltou bem ao gol da Seleção.
Como havia mostrado nos treinos na França, Mano escalou a Seleção com Renato Augusto no meio. O estreante ganhou a camisa 10, mas pouco tocou na bola e saiu na etapa final para a entrada de Jadson. Elias, Lucas e Hernanes completaram o setor, com Robinho e Pato no ataque. A defesa foi a preferida do técnico: Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz e André Santos.
Expulsão de Hernanes muda o jogo
O Brasil começou bem a partida, pressionando a França. Logo no primeiro minuto, Daniel Alves arriscou de fora da área, Lloris defendeu e deixou a bola quicar, mas pegou antes de Pato conseguir o rebote. Logo em seguida, o goleiro saiu jogando errado e deu chance de ataque à Seleção, mas Robinho sofreu falta na esquerda da área. Após cobrança de Hernanes, a defesa afastou para escanteio.
Os Bleus assustaram Julio César aos 9, quando Gourcuff deu belo passe de primeira para Benzema, entre David Luiz e Thiago Silva na área, e o atacante do Real bateu cruzado da direita, rente à trave do goleiro brasileiro. Três minutos depois, o time de Mano respondeu com jogada entre Lucas e Pato, mas o craque do Milan bateu por cima.
A Seleção dominava a partida até os 38 minutos. Mas a expulsão de Hernanes desmontou o esquema de Mano e fez a França crescer em casa. Principalmente, Benzema. Após ter as travas da chuteira do camisa 11 brasileiro no peito, o atacante passou a ser o melhor em campo e criou as melhores jogadas.
Aos dois do segundo tempo, Benzema recebeu cruzamento na área, matou no peito e chutou de canhota, mas David Luiz se jogou e conseguiu salvar. Aos nove, o Brasil não teve essa sorte. Ménez entrou pela direita, passou por Elias e André Santos e cruzou rasteiro, David Luiz, Lucas, Thiago Silva e Julio César não cortaram e a bola ficou com Benzema, dentro da área, para encostar nela e marcar 1 a 0.
Um minuto depois, o goleiro do Inter de Milão evitou o segundo. Novamente, Benzema, sozinho, acertou um peixinho e Julio César fez um defesaço. Mais cinco mintutos e outra chance do camisa 10 francês: a defesa brasileira errou na saída de bola, Benzema arrancou pela direita, entrou na área e bateu cruzado, mas Julio salvou mais uma.
Nervoso, o Brasil não conseguia reagir. De tanto reclamar, Robinho ainda levou cartão amarelo. Em seguida, Mano tirou o capitão para recompor o meio de campo com Sandro. Mas a França continuou mandando no jogo e parava os contra-ataques brasileiros. Aos 40, Blanc tirou Benzema, que saiu exaltado de campo.
Nos acréscimos, Jadson e Hulk foram os responsáveis pela melhor chance de empatar. O meia do Shakhtar achou o atacante do Porto entre os zagueiros, ele entrou cara a cara com Lloris, mas o goleiro conseguiu ser mais rápido e evitou o drible.
Fonte: Globo Esporte
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